Crítica – Supergirl: 1ª Temporada

4 min


[SEM SPOILER]
No começo de 2015 foi confirmado que a série da Supergirl estaria em desenvolvimento, aproveitando a onda forte que os heróis estão tendo, tanto na TV quanto nos cinemas. Mas todos ficaram com o pé atrás. E não é de se esperar outra coisa já que a personagem teve uma tentativa na TV, nos anos 80, que não foi muito bem sucedida. Em contrapartida, ela foi muito importante nos anos 80 na grandiosa saga Crise nas Infinitas Terras, como muitos devem conhecer a grandiosa capa que mostra o Superman ajoelhado chorando com sua prima morta nos braços, que depois só foi retornar dos anos 2000 em Batman/Superman: Supergirl. Depois disso nada de muito relevante foi feito com elas nas HQs. Até mesmo hoje em dia ainda não acharam o tom certo para a personagem. Já na animação do Superman e no desenho Liga da Justiça Sem Limites ela teve um grande destaque e ficou conhecida pelo grande público.
Mas voltamos para o começo de 2015 e todos apreensivos sobre o que poderia acontecer com essa série. Muito foi discutido pela escolha do elenco, e a mudança de etnia de personagens como Jimmy Olsen que é um jovem rapaz ruivo, mas que na série se tornou um homem negro que quer trilhar o próprio caminho e sair da sombra de ser amigo do Homem de Aço. Até mesmo o trailer conseguiu passar a vibe errada dos personagens da série. Ainda bem que muita coisa é diferente.
Agora vamos para o enredo. A premissa é simples: acompanhamos a vida Kara Zor-EL que foi mandada ainda criança para a Terra, pouco antes da explosão de Kripton, para proteger seu primo bebê, mas devido a algumas circunstâncias quando ela chegou na Terra ele já era um adulto e conhecido como Superman. Ela então passou a viver com a família Danvers. Anos se passam e ela agora vive em National City e trabalha na CatCo, decidindo reprimir seu lado superpoderoso. Mas durante um acidente ela precisou interferir e se revelou para o mundo. Já exposta ela decide seguir os passos do seu primo e virar uma super-heroína.
A série pode ser dividida em pequenos arcos dentro do principal, o que é mais impressionante é que o principal é o pior arco. O final da temporada, que utiliza o arco principal, é feito de uma maneira muito apressada e nas “coxas”, sendo que a resolução para a arma final é muito fraca e boba, coisa que nem nos quadrinhos dos anos 70 se usaria. Os outros pequenos arcos são muito mais interessantes de desenvolvem tanto a protagonista quanto os coadjuvantes. E a produção fez uma boa jogada ao colocar um personagem conhecido como um famoso supervião na série para dar um mistério se ele já é ou não esse supervilão.
Os pontos fracos da série estão na má utilização do universo a disposição. Não sabemos quais são as limitações da série, mas um exemplo de má utilização foi no episódio que prometia ser um dos melhores ao utilizar como base a ótima história “ Para o Homem que Tem Tudo”, que foi mal e porcamente utilizado na série. Poderíamos ter visto mais de Kripton e saber mais da cultura ou como era a vida no planeta, mas só vimos uma sala. O CGI utilizado para o Jonn Jhozz a princípio ficou muito estranho e nas primeiras cenas de luta tudo ficou mais evidente. Mas ele ficou um tempo sem aparecer nas cenas de luta. Lá pro final da temporada o CGI melhorou e ficou até bom para o padrão da TV. O tão falado crossover entre séries de emissoras diferentes foi muito simples. O peso real foi o reforço na existência do multiverso e a possibilidade que as outras séries têm agora. Uma coisa que pode ser melhor trabalhada é na participação do Superman, mas não em relação a ação e sim no contato dele com Kara. Na série eles se falam por um chat. Por que pelo menos não colocar eles se falando pelo celular que é uma coisa normal?
A atuação da Melissa Benoist como Kara está muito boa. A atriz consegue passar a força e incertezas que Kara passa e sente. Chyler Leigh entrega uma convincente Alex, irmã adotiva da Kara, que na juventude tinha inveja dos poderes da irmã, mas que a ama acima de tudo (outra coisa que na sinopse dava a entender que ela teria algum ressentimento, mas não, elas se adoram). Mas a surpresa eu diria que é Calista Flockhart, que interpreta Cat Grant, que no trailer passa a imagem de uma megera sem coração insuportável (uma cópia televisiva da Miranda Priestly, a personagem da Meryl Streep no filme O Diabo Veste Prada), mas que na verdade é uma personagem com ótimos diálogos e personalidade forte.
Supergirl veio para mostrar que uma série não precisa ser pesada e realista pra agradar, monstrando que as mulheres tem poder sim e que não precisam ser masculinizadas para serem badass. Assim como a série Demolidor parece ser uma graphic novel, Supergirl é aquela revista mensal que você acompanha e não se cansa. Isso não a torna a série perfeita, mas para o fã de quadrinhos pode ser uma boa representação e para aquele telespectador casual é uma boa porta de entrada para esse mundo. Por isso Supergirl recebe nota 7.
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NOTA: 7,0

INFORMAÇÕES
Titulo: Supergirl
Temporada: Primeira
Episódios: 20/Vinte
Duração: 42 Minutos
Gênero: Drama, Ficção Científica, Ação
Criação: Allison Adler, Andrew Kreisberg, Greg Berlanti
Elenco: Melissa Benoist, Mehcad Brooks, Chyler Leigh, Jeremy Jordan, David Harewood, Calista Flockhart.

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