Essa quarta temporada foi cruel. A terceira foi quase toda ruim, só salvou o desenvolvimento de alguns personagens, mas na quarta eles simplesmente esqueceram tudo o que fez a série ser boa um dia. Enredo, desenvolvimento de personagens, flashback, coreografias de lutas… tudo isso parece que foi esquecido para dar lugar a romance água com açúcar.
O enredo da quarta temporada segue o final dos acontecimentos da terceira: Oliver agora vive com a Felicity em outra cidade e o restante do team Arrow continua a combater o crime em Star City (batizada assim em homenagem à “morte” de Ray Palmer). As coisas mudam quando um grupo paramilitar, comandado pela H.I.V.E., vem aterrorizando a cidade e o restante do team Arrow não é capaz de impedir suas ações. Eles vão atrás de Oliver para buscar ajuda, mas como o Arrow está morto ele precisa se tornar outra coisa, ele precisa de torna o Arqueiro Verde.
A magia seria o foco da quarta temporada, mas descobrimos depois que a crise no relacionamento do Oliver com Felicity é muito mais importante. Sem dúvida a culpa do turbilhão de desgraça que Arrow se tornou é única e exclusivamente dos showrunners. Eles escolhem o caminho que a série toma e eles que escolheram levar Arrow ladeira abaixo.
As poucas coisas positivas foram os arcos em que Diggle estava envolvido (o relacionamento com o irmão e a retomada com Oliver), fora isso a série conseguiu a façanha de não desenvolver personagens que foram desenvolvidos de uma forma legal na temporada anterior, principalmente Laurel e Thea. Esta última ainda conseguiu um pequeno arco envolvendo a sua sede de sangue, mas que foi resolvido de uma maneira porca e deixou um furo por um tempo com a série Legends of Tomorrow. Já Laurel… eles conseguiram transformar uma grande personagem numa sidekick dispensável. E não é que dispensaram mesmo!
Não sabemos se as mortes que vem acontecendo tem ligação com o fato de que os personagens que morreram é porque vão estar no cinema sendo interpretados por outros atores, por exemplo o caso do Pistoleiro na terceira temporada e na quarta Amanda Waller e Laurel. Os dois primeiros estão confirmados no filme do Esquadrão Suicida (2016) e a Canário Negro está cotada para aparecer no filme da Liga da Justiça (2017).
Mas vamos para o que é mais horrível na série: Felicity. Eles conseguiram transformar um ótimo alívio cômico, na primeira temporada, na personagem mais odiada da série. E o pior é que em alguns momentos na terceira temporada vimos relances daquela Felicity de raiz, daquela Felicity moleque. Na cena do hospital, logo após ela ser baleada, era um momento tenso, mas as piadas dela aliviaram a tensão só para que, alguns episódios depois, o mimimi eterno dela voltar e fazer com que o ódio cresça novamente. Mais para a reta final, Curtis (possivelmente o futuro Senhor Incrível que foi subaproveitado) começou a ser o alívio cômico que Felicity costumava ser. Mas não esconde o fato do subaproveitamento feito com seu personagem. Vamos ver na quinta temporada.
Acho que todos se lembram que na primeira temporada Oliver não ganhou do Malcolm facilmente. Ele precisou enfiar uma flecha nele mesmo para acertar o Malcolm. Uma das coisas legais em Arrow era que ele não era o mais poderoso, o mais forte. Nessa temporada ele simplesmente derrotou o Malcolm de uma forma que nunca aconteceria, visto que os dois já se enfrentaram e sempre era uma ótima cena de luta.
Perda de tempo e romance mal feito definem a quarta temporada de Arrow, por isso nada mais justo que nota 2 (não foi zero só pelos momentos do Diggle que, apesar de poucos, são bons). A última fala do episódio dita por Felicity “ Você pensou que eu estava saindo também? Nem pensar”. Foi um recado direto para os fãs, já que Wendy Mericle e Marc Guggenheim escreveram o episódio. Desde que Marc Guggenheim assumiu de vez as rédeas da série ela despencou de qualidade, mas o que esperar de alguém que foi roteirista de Percy Jackson – Mar de Monstros (2013) e Lanterna Verde (2011)?
NOTA: 2,0
INFORMAÇÕES
Título: Arrow
Temporada: Quarta
Episódios: 23
Duração: 42 Minutos
Gênero: Ação, Drama e Suspense
Criação: Greg Berlanti, Marc Guggenheim e Andrew Kreisberg
Elenco: Stephen Amell, Katie Cassidy, David Ramsey, Willa Holland, Paul Blackthorne, Emily Bett Rickards, John Barrowman e Neal McDonough.