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Crítica - Jovens Titãs: O Contrato de Judas | INVADER

Crítica – Jovens Titãs: O Contrato de Judas

5 min


Com uma narrativa ágil, agradável e enérgica, Jovens Titãs: O Contrato de Judas consegue apresentar uma história pouco conhecida da equipe, consolida os personagens no universo de animações originais da DC e só não é perfeito porque o filme exige um conhecimento prévio daquele arco que está sendo contado, o que é inacessível para a maioria dos espectadores. Mas, mesmo assim, o longa é muito divertido e bem produzido.

[SEM SPOILERS]

Sinopse: Para evitar a ação de um culto terrorista liderado pelo Irmão Sangue (Gregg Henry) os Jovens Titãs, cuja equipe é composta por Asa Noturna (Sean Maher), Estelar (Kari Wahlgren), Mutano (Brandon Soo Hoo), Ravena (Taissa Farmiga), Besouro Azul (Jake T. Austin), Robin (Stuart Allan) e Terra (Christina Ricci), precisam primeiro resolver seus problemas internos se querem ter alguma chance de vitória. Enquanto isso, o Exterminador (Miguel Ferrer) volta à vida para atrapalhar a vida dos heróis.

Temos aqui mais um filme animado original do DC Universe, selo da Warner para o lançamento de longas animados envolvendo as histórias da DC. A qualidade destes filmes normalmente é alta, com pouquíssimas exceções. É um maneira da Warner levar para o grande público histórias das HQs que ainda não foram, e talvez nem sejam, adaptadas para os cinemas no formato live action. O lançamento desses longas normalmente é direto para o home video, a sua campanha de marketing é modesta, quando não inexistente, mas os fãs da DC sabem que, por ano, pelo menos dois novos filmes desse universo serão lançados e a expectativa é sempre alta. Outra vantagem deste formato é o seu orçamento baixo (este Jovens Titãs: O Contrato de Judas custou em torno de US$ 3,5 milhões) o que garante um rápido retorno com as vendas dos DVDs. É uma fatia do mercado que a Marvel ainda não explora e, enquanto isso, a DC nada de braçada.

Baseado na HQ de mesmo nome, Jovens Titãs: O Contrato de Judas começa com uma divertida e bem desenhada sequência de ação que envolve a chegada de Estelar na Terra, refugiada de seu planeta natal Tamaran. Infelizmente esta sequência inicial não acrescenta muito à história que está sendo contada. O filme existiria sem ela, o que sempre é um mal sinal porque sequências desnecessárias comprometem a qualidade final da narrativa. Ao menos ela serve para mostrar que os Jovens Titãs não possuem uma formação fixa, já que vemos Abelha, Kid Flash e Arsenal em ação juntos com o Robin de Dick Grayson e Mutano, mas, depois do salto temporal da história, temos uma formação completamente diferente com Dick Grayson como Asa Noturna, Damian Wayne como Robin, Estelar, Mutano, Terra, Ravena e Besouro Azul. A sequência inicial também mostra o primeiro encontro entre Dick e Estelar, mas, convenhamos, não era necessário para entendermos, posteriormente, que eles são um casal.

A partir do salto temporal, o diretor de descendência chinesa e americana Sam Liu, responsável pelo bom Liga da Justiça vs Jovens Titãs (2016) e pelo regular Batman – A Piada Mortal (2016), consegue explorar melhor as possibilidades que o roteiro oferece. Ao criar um drama pessoal para a maioria dos integrantes da equipe, o roteiro consegue criar uma dinâmica entre os personagens rica e fluída, em que a existência da equipe passa pela solução dos problemas de cada um individualmente. Seja o passado de vítima de preconceito de Terra, ou a condição de refugiada de Estelar, passando pela sensível relação do Besouro Azul com sua família e chegando no desejo de Asa Noturna de constituir família, essas pequenas questões particulares fazem com que os personagens sejam mais explorados, evitando que o filme seja apenas um veículo para colocar os personagens em sequências de ação que são conectadas por uma história fraca e desinteressante.

A personagem que rouba a cena no filme é a Terra, que eu sinceramente não conhecia antes de assistir a este longa. É uma personagem tematicamente muito favorecida, com traumas no passado e com um emocional instável, representado incrivelmente bem através de seus poderes de manipular terra. A impressão quando o filme termina é que a personagem tem muito a oferecer em outras histórias e eu, particularmente, fiquei curioso para saber mais dela. A maneira como sua energia e força de vontade aparece na sua manipulação elemental é visualmente muito bonito e resulta em sequência marcantes durante o longa.

É divertido acompanhar no longa o que seria o “Contrato de Judas”, porque é algo que não fica claro até a metade da narrativa. E quando nos é apresentado, com um plot twist que funciona, confesso que fui surpreendido, o que aumentou minha imersão emocional na história. A inserção do Exterminador, um vilão que duela de igual para igual com os Jovens Titãs, faz com que a trama ganhe um ar de imprevisibilidade. O personagem é versátil e impõe respeito, resultando em ótimas sequências de ação, principalmente aquela envolvendo Robin e Asa Noturna.

Há alguns problemas na história que acabam comprometendo a experiência final. O culto terrorista parece já existir naquele universo antes da história que acontece neste filme, o que acaba gerando algumas perguntas que ficam sem respostas. Qual a história do Irmão Sangue? Por que aquelas pessoas o estão seguindo? Por que, em quase mil anos, ninguém nunca fez nada para acabar com o culto terrorista? Para piorar, todo o núcleo dos personagens deste culto desaparece no segundo ato, só aparecendo de novo no terceiro, criando um vazio que faz o espectador quase esquecer da sua existência. Também, em um um diálogo, Asa Noturna diz que ficou muitos anos fora dos Jovens Titãs e só voltou agora. Para onde ele foi durante esses anos? Por que voltou agora? Possivelmente todas estas perguntas, nas HQs, sejam automaticamente respondidas porque o leitor teve acesso às edições que antecederam este arco, mas o espectador, que não tem este conhecimento prévio, fica sem saber suas respostas. Ravena é deixada de lado boa parte do filme, possivelmente por ter tido bastante destaque no longa de 2016, mas a personagem faz falta para interagir mais vezes com os outros.

A qualidade técnica da animação é muito boa, fato este presente em todos os filmes animados originais do DC Universe. A animação é fluída, as cores são vibrantes, o design de produção é eficiente e a dublagem em português é perfeita. A Warner Brasil merece reconhecimento por sempre garantir que a dublagem de seus filmes aqui no nosso país seja realizada com a mais alta qualidade nos melhores estúdios. E, aquele toque a mais que todo o fã curte, sempre que possível os dubladores são mantidos em todos os longas. Nada mais decepcionante que ver um personagem dublado com uma voz em um filme e depois com outra voz no próximo. Isto quebra a sensação de unidade do universo apresentado e dificulta o engajamento emocional do espectador nos personagens.

Com uma narrativa ágil, agradável e enérgica, Jovens Titãs: O Contrato de Judas consegue apresentar uma história pouco conhecida pelo grande publico, consolida os personagens no universo de animações originais da DC e só não é perfeito porque o filme exige um conhecimento prévio daquele arco que está sendo contado, o que é inacessível para a maioria dos espectadores. Mas, mesmo assim, o longa é muito divertido e bem produzido.

NOTA: 8,0

INFORMAÇÕES
Título: Jovens Titãs: O Contrato de Judas (Teen Titans: The Judas Contract)
Direção: Sam Liu
Duração: 84 Minutos
Lançamento: Setembro de 2017
Elenco: Sean Maher, Kari Wahlgren, Brandon Soo Hoo, Jake T. Austin, Taissa Farmiga, Christina Ricci, Stuart Allan, Miguel Ferrer e Gregg Henry.  


Derek Moraes