Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the jetpack domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u397830986/domains/invader.com.br/public_html/wp-includes/functions.php on line 6114

Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the wordpress-seo domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u397830986/domains/invader.com.br/public_html/wp-includes/functions.php on line 6114

Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the jetpack-protect domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u397830986/domains/invader.com.br/public_html/wp-includes/functions.php on line 6114
Recomendo - Black Mirror | INVADER

Recomendo – Black Mirror

Black Mirror consegue usar a ficção científica como plano de fundo para criar uma série com episódios independentes que fazem críticas à sociedade atual e nossa dependência de tecnologia...2 min


Black Mirror é uma série criada pelo gênio Charlie Brooker que apresenta episódios independentes, ou seja, cada um relata uma história diferente. Ela adota uma visão sobre a influência das novas tecnologias na vida moderna, criticando com histórias sobre sensações tecno-paranoicas e traçando o perfil da sociedade formada pelas mídias, sociais ou não. Podendo ser resumida como uma série que apresenta críticas à sociedade atual e que alerta sobre como ela pode piorar a cada dia, se continuar nesse ritmo.

Cada gênero literário e, consequentemente, do cinema tem além de suas características próprias seus objetivos para com o público, uma vez que contar uma história, seja ela qual for, é passar uma mensagem. Desde de os primórdios da ficção científica, como o “Monstro de Frankenstein”, de Mary Shelley, por exemplo, este gênero esteve preocupado em falar além da ciência, usá-la como plano de fundo, metáfora e alegoria, para falar sobre a sociedade e a  condição humana. É exemplo, também, o grande Isaac Asimov, usando a “inteligencia artificial” para falar de existencialismo. Na atualidade as reflexões sobre a sociedade de hoje, tão conectada e dependente da tecnologia, se tornam um prato cheio para a serie Black Mirror que, em cada episódio antológico que mais parece um conto dos grande gênios do Sci-fi, mostra não só ótimas e surpreendentes tramas, como críticas abundantes sobre o homem do século XXI, da Era Digital e dinâmicas sociais que se tornaram copiosamente mundiais. E tudo isso num formato de híbrido entre “The Twilight Zone” e “Tales of the Unexpected”!

Black Mirror tem esse nome pois, como disse o próprio Charlie Brooker, o Espelho Negro do título é aquele que você irá encontrar em cada parede, em cada mesa, na palma de cada mão: a fria e brilhante tela de uma TV, monitor e smartphone. Na minha opinião, o nome também é porque tudo o que vemos nesse telas são reflexos da nossa sociedade atual, além de desejos e atitudes que escondemos, só revelando nesses espelhos negros. O quesito técnico da série é muito bom. Há momentos que você esquece que é uma série e acha que é um filme, tamanha é  a qualidade e extensão do elenco, os diversificados cenários e os efeitos especiais que  são usados com sabedoria e com cuidado que lembra muito o recente filme “Ex-Machina”, ganhador do Oscar 2015 nessa área. Como é uma série antológica, a cada história temos um tema novo e um nível tecnológico próprio. Não seria exagero dizer que na questão roteiro, se cada episódio fosse um filme, estes seriam com certeza ganhadores de muitas premiações, afinal a nota da série no IMDB é 8,8.

De coração, pessoalmente fazia tempo que não assistia uma verdadeira ficção científica boa mesmo (acho que desde Ex-Machina e antes não sei). É uma série tão única, que acho que existem poucas que, do mesmo gênero, tem tamanha qualidade. Uma menção especial ao episódio “Fifteen Million Merits”, o segundo episódio da primeira temporada, que um apenas uma trama de 60 minutos faz uma profunda crítica à indústria cultural e ao modo que ela é sustentada, como ela aliena as pessoas, consumismo e ideais distorcidos. É uma verdadeira aula de filosofia falando, inclusive, além de outros vastos temas, de como a industria cultural consegue transformar em seu produto até discurso e pessoas que a criticam, ou seja, basicamente uma crítica a vários canais de YouTube.


Ton Borges