Baz Luhrmann passou 10 anos desenvolvendo o conceito. A série é descrita como “uma saga mítica, de como Nova York, à beira da falência, deu origem ao Hip Hop, Punk e Disco”. A série tem uma pretensão alta de nos inserir numa Nova York em seus piores momentos e ainda mostrar o nascimento de movimentos importantes para cultura negra e a música em geral. E não é que conseguiram…
O primeiro destaque a ser dado é para a ambientação. A produção ficou por conta da Sony Pictures Televison e eles estão de parabéns. Todo clima dos anos 70 está perfeitamente retratado. Roupas, carros, música, cortes de cabelo… está tudo lá. Claro que o CGI foi necessário em algumas cenas, mas nada que comprometesse o resultado final. A primeira dificuldade que era nos fazer acreditar que aqueles eram os anos 70 foi cumprida.
As produções originais da Netflix estão criando um diferencial excelente. Esse diferencial é o elenco jovem. Assim como em Stranger Things, os mais jovens são o destaque na série. Todos têm seu momento de brilhar e mostrar do que são capazes. Como é uma série que tem a música como fio condutor os momentos mais brilhantes são quando eles estão numa batalha de rap, treinando mixagem, cantando na igreja ou em momentos mais íntimos como simplesmente escrevendo uma letra. Grande parte desse brilho na parte musical se deve ao “acampamento de Hip Hop” que as lendas GrandMaster Flash, Kurtis Blow e Nas fizeram para ensinar aos atores mais jovens.
O elenco mais velho está alinhado como sempre. O destaque deles vem em cenas fortes junto dos mais novos, como a relação conturbada de Mylena (Herizen F. Guardiola), que quer ser uma cantora de sucesso, com seu pai (Giancarlo Esposito) que é um pastor; o mundo do crime que Shaolin (Shameik Moore) vive embaixo das asas da mafiosa Fat Annie (Lillias White), que quer muito mais dele; e a professora do Zeke (Justice Smith), que vê potencial nele, mas teme que ele desperdice.
O que incomoda na série é a familiaridade do enredo, e isso não é ruim, mas não mostra nada de realmente novo. Por ser a primeira parte da temporada muitas mudanças podem vir.
The Get Down é a série mais cara da Netflix até o momento (US$ 120,0 milhões). Seu investimento dá pra ser percebido desde os primeiros minutos. Sua primeira temporada foi divida em duas partes. Até o momento a série não arriscou no roteiro, tudo está seguindo os clichês (não que seja ruim, mas chega um momento que já não é tão interessante). Esperamos que isso mude na segunda parte que chega em 2017. Em compensação as atuações e ambientação estão impecáveis. O dinheiro investido por esse lado foi muito bem gasto, por isso a série até o momento recebe nota 8.
NOTA: 8,0
INFORMAÇÕES
Título: The Get Down
Temporada: Primeira
Episódios: 6
Duração: 53/93 Minutos
Gênero: Drama, Musical
Criação: Baz Luhrmann e Stephen Adly Guirgis
Elenco: Justice Smith, Shameik Moore, Herizen F. Guardiola, Skylan Brooks, Tremaine Brown Jr, Yahya Abdul-Mateen II, Jimmy Smits, Giancarlo Esposito, Mamoudou Athie, Yolonda Ross, Kevin Corrigan, Zabryna Guevara, Daveed Diggs, Lillias White, Barrington Walters Jr, Stefanée Martin, Shyrley Rodriguez, Tory Devon Smith, Qaasim Middleton, Eric D. Hill Jr. e Nas.