No longínquo ano de 2010 a DC Comics vinha sofrendo seguidas derrotas nas vendas de quadrinhos para a Marvel. A Marvel se reinventou com as mega sagas anuais e relançamento de revistas com numeração zerada após a conclusão destas sagas. A DC por outro lado se manteve numa constante, apostando sempre em seu legado e isso, por incrível que pareça, afastava a entrada de novos leitores porque eles não sabiam por onde começar. No ano de 2011 uma reformulação foi anunciada pela DC, após os eventos da excelente Flashpoint todo seu universo seria reformulado e as revistas teriam suas numerações zeradas para que os novos leitores fossem alcançados, assim nasceram os Novos 52.
A premissa dos Novos 52 era de que a maioria dos heróis seria mais jovens e estariam atuando há mais ou menos 5 anos e as sagas passadas não valeriam, a única exceção foi o Batman. A cronologia do homem-morcego foi quase toda adaptada para um período de 5 a 10 anos. Essa iniciativa da DC também trouxe a ideia de ter 52 novos quadrinhos. Como resultado disso os novos leitores foram fisgados e a DC conseguiu passar a Marvel por um momento, mas por um preço um tanto quanto caro.
Muitos leitores antigos se afastaram dos novos 52 pelo fato de que tudo que eles leram por 10, 20, 30 anos não era mais canônico e todo tempo investido não valia de mais nada. Outro fator relevante foi a descaracterização de diversos heróis com o exemplo mais forte no Arqueiro Verde (que com o sucesso da segunda temporada de Arrow teve como roteiristas os produtores da série). Esse período no Arqueiro é odiado por todos porque não era o personagem que todos conheciam e tinha histórias ruins. Isso começou a ser resolvido com a entrada do excelente roteirista Jeff Lemire, que escreveu arcos muito bons para o Arqueiro (a fase dele em questão está sendo vendida pela Panini em formato de encadernado “Arqueiro Verde – Máquina Mortífera”). A quantidade de revistas também não ajudou, todos sabem os problemas que a Marvel está tendo agora com as comic shops por excesso de revista e falta de espaço físico. Nos Novos 52 a DC aprendeu essa lição e também grande parte das revistas tinha um roteiro ruim que teve como resultado a maioria sendo cancelada e a Marvel voltando a liderança.
Em 2015 a DC estava de mudança, sua sede saiu de Nova York e foi para Burbank. Um evento “tapa buraco” foi utilizado para dar uma pausa nas publicações regulares. Aproveitando o timing do aniversário de 30 anos da mega saga “Crise nas Infinitas Terras”, Convergência trazia tie ins com fragmentos do legado tão valioso e amado pelos fãs da DC. A saga principal é sofrível, mas os tie ins abordando o legado foram adorados pelos fãs. Essa pode ter sido a fagulha criativa que influenciou o Renascimento.
Logo após Convergência a DC tentou tomar a liderança com a iniciativa DCYou, que visava aproximar os heróis das pessoas mudando drasticamente seus status quo. Nessa iniciativa pouca coisa se salvou. Essa fase é conhecida pelo Superman que teve sua identidade revelada e estava mais fraco, o Hal Jordan que, ao invés de usar um anel, usava uma manopla e era procurado na galáxia e o famigerado Batcoelho de James Gordon.
Continua na parte 2…